BALAIO DE GATO / MIN. PESSOAL

Se você já teve muitos gatos, sabe literalmente o que significa a expressão “balaio de gato”. No inverno, meus gatos se enrolavam tanto uns nos outros para se aquecerem que era impossível acertar quantos gatos haviam ali.

Uma tarde, num frio gelado, notei o “balaio de gato” de um lado e, completamente sozinha, a uns metros de distância, uma gatinha rajada. Por que ela não estava com os outros para se aquecer? Isso era algo realmente incomum entre os gatos, então resolvi chegar mais perto para examiná-la. Notei que estava tensa, o que demonstrava que sentia dor e, ao pegá-la, para meu terror, vi sua barriguinha cortada de cima em baixo com a pela já bastante infeccionada.

Corri com ela ao veterinário que a anestesiou e tirou todo o tecido morto para poder costurá-la. A esta altura, sendo dona de tantos bichos, o veterinário já era meu amigo e sempre me deixava assistir as cirurgias. Enquanto trabalhava, ele me explicou que se não retirasse toda a parte necrosada, o tecido não cicatrizaria. Precisava cortar até surgir sangue para que a pele tivesse vida. Ele também me explicou que os gatos não se aproximam de animais enfermos. Eles se afastam para evitar o contágio.

Felizmente minha gatinha ficou perfeita – quer dizer, suas pintas na barriga nunca mais se alinharam! – mas isso me fez pensar se às vezes não agimos como os gatos. Quando alguém mais precisa de nós, quando a dor, o desemprego ou a tristeza deixam essa pessoa sem perspectiva de futuro, muitas vezes eu simplesmente me afasto. Não porque seja contagioso mas talvez simplesmente porque seja mais cômodo não me envolver.

Não nos cabe julgar os outros. Mas nos cabe ajudá-los. Jesus não diz que vão entrar no Céu aqueles que foram bons oradores, pontuais nas reuniões da igreja, “certinhos” em tudo. Ele diz que vai reconhecer aqueles que Lhe deram água, comida, que Lhe visitaram quando preso, que Lhe socorreram na dor, fazendo isso, na verdade, a algum filho Seu em sofrimento nessa Terra.

Aliviar o sofrimento alheio é uma missão divina designada ao homem. O benefício disso é maior para quem faz a ação do que para quem a recebe. Já experimentou fazer algo bom sem interesse algum, sem pensar em ser recompensado por isso? Não se sentiu cheio de energia e um sorriso radiante depois?

Tem você cumprido sua parte nessa missão divina ou tem vivido como meus gatos? Hoje Deus está lhe dando a chance de fazer a diferença na vida de alguém. Olhe ao seu redor e não deixe a oportunidade passar!

Kênia Kopitar – Ministério Pessoal